Pode Pá é uma banda de Power Violence oriunda da zona sul da cidade de São Paulo , com um som totalmente anticomercial, sendo assim soando sujo ,rápido e dilacerador aos tímpanos mais desacostumados a um barulho de tamanhas proporções, na entrevista a seguir conversamos com Robson o guitarrista/backing vocals que nos revela alguns detalhes sobre o trabalho desta banda confira a seguir .
1-(MPF): O pode pa prática um som totalmente Power Violence, bem rápido e direto porém este estilo musical ainda não é muito conhecido até pela galera que acompanha a Cena Underground, poderia nós falar um pouco sobre o som que a banda faz e sobre o Power Violence em si ?
1-(Robson) Não é tão fácil de administrar a mente ouvindo PowerViolence, isso a gente entende e a galera mantém uma distância mesmo, mas o PowerViolence é um gênero que nasceu no final dos anos 80, esteticamente ele soa como o filho bastardo de um Ganbang entre o Hardcore Punk, o Grindcore e Sludge. Para quem quiser conhecer os clássicos, ouçam No Comment, Spazz, Infest, Dropedead e Charles Bronson; para as coisas um pouco mais novas (e não menos brutais) ouça Weekend Nachos, ACXDC, Vaccine, Sylvester Staline, Iron Lung, La Revancha, Extortion, putz, tem muita coisa.
2-(MPF):Como surgiu a banda e de quem foi a ideia de colocar este nome Pode Pá ? Obs;(quando ouvi achei sensacional).
2-(Robson):A banda surgiu no começo de 2012, na época com meu irmão (Herzog) no baixo, o Bruno e o Dan, que são amigos de infância, então foi um tanto fácil se entrosar pra criar o primeiro EP. A gente vinha planejando ensaiar durante um bom tempo, mas só rolou em fevereiro de 2012, quando começamos. Sobre o nome, o Dan Pereira (batera) tem tatuado PODE PÁ no braço antes mesmo de termos a banda, daí como é uma gíria natural entre a gente, achamos legal e acabou ficando.
3-(MPF): Recentemente vocês tocaram com a banda de Hardcore americana COKE BUST , de Washington, eles fazem um som bem rápido e direto além de serem Abstrai Edge, além desta aproximação que tiveram com a banda vocês tem alguma simpatia por esta ideologia ?
3-(Robson) Pô, demais. O Straight Edge é o Punk livre de drogas, portanto é o Punk sem amarras a convenções sociais. E beber é uma puta convenção social né, mano, é a droga legalizada pra qualquer moleque comprar no bar. Não somos uma banda SXE (e na real estamos longe disso), mas respeitamos muito. Cada um vive a vida que quer, né, não somos ninguém pra julgar as escolhas de ninguém, mas esperamos o mesmo em relação a nós. Sabemos da destruição do álcool, sabemos quantas famílias foram arruinadas por essa parada onde a gente mora e em outros lugares do mundo todo, então é preciso respeitar demais uma escolha de vida livre de drogas. Particularmente, eu acho os Hardlines de ambos os lados chatos demais, desde os SXES que não aceitam rolês que tenham bebida até os nóias e bêbados que falam mal de Straight Edge como se fossem fracos ou bobos. Então, bem, simpatizamos bem com essa ideologia sim, embora não sigamos.
4-(MPF):Além da banda Vocês mantem o selo ThrashCorp , para vocês qual a importância de se ter um selo independente e quais as dificuldades de manter o mesmo, conte-nos um pouco sobre este trabalho ?
4-(Robson) :Cara, a importância de ter um selo é ver as suas bandas, seus trampos independentes, Zines, Shows não como uma coisa só, mas como parte de algo muito maior e que precisa de força, sabe, de cooperação mesmo. Na verdade, tive a idéia do selo em 2007 quando estava lançando o primeiro EP da minha antiga banda, o Ração Para José, formatei um monte de coisa, repensei, mas deixei um pouco de lado (A vida é foda) e acabei voltando com ele em 2012, no começo da banda, com a ajuda da Aline Souza e do Wilker Brito que hoje também se distanciaram (A vida é foda). A primeira dificuldade de manter o selo é a mesma de todas as pessoas desse universo: A falta de dinheiro pra tudo e a esperança em dias menos piores; A segunda dificuldade é a de que a vida é foda mesmo.
5-(MPF) :Vocês realizaram uma apresentação no na penúltima edição do carnificina Fest no minimo matadora, estava presente e pude perceber que o publico interagia de forma animal, como vocês descrevem está apresentação e o que acham dos Fests realizados pelo Coletivo Carnificina ?
5-(Robson) :Pra gente esse show foi meio marcante pra cacete, cara, por um motivo que talvez ninguém saiba, mas o Herzog estava fora da banda na época, sem ensaiar, sem falar com a gente há meses. Tínhamos também um outro vocal, o Ge (Resto Imundo) e íamos tocar em três, sem o baixo. E então meu irmão ligou e apareceu na hora do show. Foi muito brutal ali no bar do Diniz, o Carnificina é um festival classe, cola uma galera interessada em música extrema, sabe, é bem foda o rolê de modo geral. E os fests são sempre brutais, pra conhecer uma galera, umas bandas ótimas e malucas de todo tipo.
6-(MPF): Ultimamente tem rolado bastante Fests e Gigs com bandas de Power Violence e Grind Core ambos estilos totalmente Undergrounds, de certa forma isso mostra que a galera está cada dia mais ativa e não quer deixar a chama da Cena Independente acabar o que vocês acham disso ?
6-(Robson) :Acho que é exatamente isso, cara. cada vez mais as bandas marcam seus rolês, se equipam, vão pro bar, vão pra rua, pros centro culturais, pracinhas etc. Ninguém dessa galera (obviamente deve haver alguma exceção escrota) está interessada em sucesso, fama, dinheiro. Pelo menos não com isso. Assim como também não tem ninguém interessado em vender ingresso pra tocar na Augusta, sabe, então façamos nós mesmos e relembrando o nome de uma antiga banda de SP, foda-se o mundo inteiro.
7-(MPF) Vocês sempre estão participando ativamente da Cena Underground na região da Zona Sul ultimamente a cena por esta região tem estado bem mais ativa do que a um tempo atrás poderia nos destacar as bandas e pessoas que estaria alavancando a Cena por esta região e como estão rolando os sons por ai ?
7-(Robson): Pô, mano, tem muita gente de verdade. A gente organiza bastante coisa e se envolve em praticamente tudo o que está ao nosso alcance, mas lembrando de cabeça (e possivelmente sendo injusto com uma boa parcela da galera que faz um corre daora também) tem o Thiago do FXVXC, que organiza várias coisas, pessoal do Poder Paralelo que organizou uma festa beneficente no Jd. dos Àlamos no fim de ano, os caras do Discurso de Pobre que voltaram a tocar ano passado e estão fazendo várias coisas também, Pedrinho do Kapitalistik Deth, o Saya da Raio no Gato Produções que também trampa no Estúdio Preset onde fazemos os rolês mais insanos por aqui. Bem, gente demais, cara. Mas eu acho que além desse pessoal tem as bandas que se envolvem, que fazem outras coisas como o Unidade Armada, o Monochrome TV, Affecting Minds, FXVXC, Mosh Never Die, pô, muita gente; e tem também a galera que cola nos rolês e faz essa movimentação toda valer a pena.
8-(MPF): Como foi o processo de gravação e composição das músicas que integram o Ep "O Super Homem de Bombeta vai Matar Alguém", e em quanto tempo eles ficou pronto ?
8-(Robson) :Cara, essa gravação foi nosso segundo registro no estúdio (o primeiro é basicamente inaudível - embora também esteja no bandcamp). Criamos durante os primeiros meses de 2012 e gravamos/mixamos no Estúdio Preset com o Ale Russo e Caio Perê, num trampo de uma semana mais ou menos, uma experiência bem legal, mais por ser o estúdio que ensaiávamos desde o começo e tal, fez a gente se sentir em casa o suficiente pra criar a Mizona de última hora e a versão de Medo, do Cólera.
9-(MPF):Conte-nos um pouco sobre o trabalho mais recente de vocês o Ep "Angry Speed Shit 7" e quais são as idéias principais por trás dele ?
9-(Robson): O Angry Speed Shit é um disco que encerra a primeira formação da banda. Estávamos terminando estas onze músicas quando o Herzog e o Bruno saíram então o trampo acabou sendo feito por mim (Robinho) e pelo Dan Pereira, com a ajuda imprescindível do Fernando Uehara e Dan Souza (Bullet Bane) e uns toques do Cauê (Manual) no Toth Estúdio. Fizemos a captação em duas sessões, praticamente umas 12 horas, sem contar o tempo de mixagem. Foi uma puta experiência num estúdio excelente, numa puta vibe engraçada de amizade e tal, os caras gravam coisas tão complexas lá e a gente gravando umas podreiras de quarenta segundos, foi lindo.
10-(MPF) Quais os planos para 2014, o que podemos esperar do Pode Pá para este ano ?
10-(Robson) :2014 chegou foda né, cara, abrimos dois shows do Coke Bust em SP e estamos com vários planos. Temos pela frente um 4-Way a ser lançado em fita cassete com Kapitalistik Deth, Ataque de Tubarão e Desgraceria (estas duas últimas de Maringá-PR) e estamos pra lançar o formato físico 7" do Angry Speed Shit (que está virando uma lenda), além de gravar depois do meio do ano um disco novo com mais músicas do que podemos imaginar. Acredito que esse ano vai ser mais de lançamentos e um tanto reduzido em relação a shows, principalmente pelos outros projetos (eu ainda toco no Sig Sauer, Carcere, Condenados da Terra e Never Trust; esta última junto com o Dan que também tem outro projeto de PowerViolence e uma banda surpresa que deve voltar a tocar esse ano; Popoto, baixista, é vocal do Raça; e, pra fechar, Bruno tem mais projetos pendentes do que o Marky Ramone).
11-(MPF): Quais as principais influencias de cada membro da banda e como vocês dissolvem elas em cada composição, como é realizado o processo de composição das músicas do Pode Pá que tipo de formula vocês usam para deixar o som de vocês cada vez mais rápido e direto ?
11-(Robson) :Dan pira em PowerViolence segunda onda e Hardcore Old School, Bruno e Popoto piram em coisas mais modernas e barulhentas, eu piro em FastCore (claro que piramos em outros milhões de coisas e estou focando apenas ao que usamos no Pode Pá). Em comum, piramos bem em coisas nacionais do tipo Discarga, I Shot Cyrus, Catarro, Derci; das gringas tem o Betercore, Fuck on the Beach etc. E acho que a gente não funciona muito fazendo coisas em casa pra levar pro estúdio. Levamos só ideias, mas a música só sai quando um riff soa legal e a batera se encaixa bem, essas coisas (e então damos um nome bizarro).
12-(MPF):Deixem um recado para a galera que curte o som de vocês e que os admira, e para quem não conhece ainda o trabalho do Pode pá ?
12-(Robson) A quem curte, só agradecemos. Fazemos este som porque é o que nos agrada tocar junto (arrastar e destruir até cansar), então o fato de alguém curtir e acompanhar nossas coisas é um retorno impagável mesmo. Para quem não conhece ainda procura a gente no facebook, no bandcamp, pessoalmente, sei lá, temos tudo pra download aí, pra ouvir no almoço de domingo com a família cristã reunida e tudo mais (não).
Obs ; (concordo ; Rs )
Formação Atual:
Dan Pereira:Baterista
Robson Assis :Guitarra/Baking vocals
Bruno Borges :Vocalista
Popoto Martins :Baixo
Links Relacionados :
http://podepa.bandcamp.com/
http://podepa666.tumblr.com/
https://www.facebook.com/podepapowerviolence







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