A belíssima arte da capa, assinada por Juh Leidl, conta com representações visuais que fazem referência a terrível Peste Negra, uma das pandemias mais devastadoras da história humana, ocorrida entre 1347 e 1351 e responsável pela morte de 75 a 200 milhões de pessoas na Europa, Ásia e Norte da África, reduzindo drasticamente a população mundial. Nesta arte tão simbólica há também algumas expressões humanas que refletem o sofrimento diante de uma situação que a vida está gravemente ameaçada. O relógio e a bússola, numa ideia de desmanche, refletem a relação com o tempo (que parecia estar mais lento durante a pandemia) e a falta de direcionamento que muitos sentiram. A engrenagem no centro da arte pode ser associada às relações de trabalho severamente precarizadas nos últimos anos.
Inicialmente, a temática de “Faithless” seguiria temas mais abstratos e fictícios, com o intuito de propor um novo desafio lírico, visto que a banda se posicionou firmemente diante da tragédia política e social que assolou o Brasil entre 2016 e 2020 em seu álbum anterior, “Subversive Need” (2020). No entanto, os contínuos absurdos presenciados após o lançamento deste álbum foram tão grandes, que ficou impossível não escrever sobre aquela realidade quase distópica potencializada pela pandemia e pelo cenário político. Para Pedro Valença, “abordar temas políticos e se posicionar tem duas consequências antagônicas. Ela pode atrair quem pensa de forma semelhante, ao mesmo tempo que afasta quem reproduz o senso comum de que música e política não deveriam se misturar”. Ele explica ainda que “seria desumano não falar sobre o que nos revolta diariamente, isso é a motivação para escrever sobre política, geopolítica, capitalismo, ... A diferença é que não generalizamos, damos nomes ao que a ciência aponta como causa das mazelas humanas”.
Do ponto de vista musical, “Faithless” representa mais um passo à frente no desafio que envolve ser uma banda de Death/Thrash Metal brasileira. Apesar de compor o underground nacional, a produção musical teve o objetivo de soar da forma mais pesada, nítida, orgânica e contemporânea, sem se apegar a fórmulas ou rótulos. O ouvinte irá notar que as composições estão mais e melhor bem arranjadas em todos os sentidos, sejam nas melodias ou nas passagens mais agressivas. “Faithless” é a melhor obra de arte que o PANDEMMY já apresentou em seus quinze anos de atividades ininterruptas. As músicas foram gravadas no Demise Studio, em Recife, cidade natal da banda, entre janeiro e abril de 2024, e posteriormente mixadas/masterizadas no On Hold Studio. O grupo manteve a parceria com o produtor Cristiano Costa, também responsável pela pós-produção do álbum “Subversive Need”, de 2020.
Confira o track list do álbum:
1 - The Shadow
2 - Every War Needs a God
3 - This Land Will Never Disappear
4 - Fatal Choice
5 - Manifesto (Antifascista)
6 - Selective Love
7 - Blood Never Lies
8 - Orphaned Land Never Existed
Bônus Tracks (disponíveis na versão física):
09. World Beyond [Kreator Cover]
10. Mina (The Curse’s Rise) [Inner Demons Rise Cover]
Assista ao vídeo clipe de “The Shadow”:
Ouça o álbum “Faithless” no Spotify:
https://open.spotify.com/intl-pt/album/5w6u33MIcF9kOl9y1F9JUF
Ouça o álbum “Faithless” no Deezer:
https://www.deezer.com
/br/album/634369011
Mais plataformas:
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Créditos da foto: Helena Müller
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Ffonte:Wwargods Press
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