Porém, as situações de machismo - "enraizado na nossa cultura", segundo Fernanda - seguem ocorrendo. "Vem cara pedindo foto dando beijinho no rosto e eu pergunto brincando se fossem os cara do Slayer ele também ia pedir beijinho. Daí o cara se toca que não faz o menor sentido pedir uma coisa dessa. Como o Slayer, somos musicistas e estamos ali para trabalhar, saca?", disse.
Durante a entrevista ao G1, Fernanda Lira relatou que as integrantes da Nervosa já foram barradas de entrar no próprio camarim, pois os seguranças pensaram que não poderia ser uma banda. Além disso, recebem, frequentemente, instruções técnicas óbvias sobre instrumentos e amplificadores, assunto que, claro, elas dominam como qualquer outro músico profissional.
Porém, as situações mais bizarras vêm da internet. "Vira e mexe, nas redes sociais, recebemos nude e mensagem de cara fazendo pedido estranho, tipo pra tocar descalça para poder ver nossos pés. Ou que pagaria pra ter uma foto da minha bunda. Quando posto foto de short ou biquíni, então, show de horrores nos comentários", afirmou.
Apesar disso, Fernanda Lira disse que as ocorrências de machismo "dá mais força ainda para lutar contra estereótipos e cada vez mais buscar a extinção desse modo tão primitivo de tratar as pessoas".
A Nervosa se apresenta no Rock in Rio 2019 nesta sexta-feira (4), junto de Iron Maiden, Scorpions, Helloween, Anthrax, Slayer e mais. Confira a entrevista, na íntegra, no site do G1.
Em entrevista exclusiva ao Whiplash.Net, concedida em 2018, a baterista Luana Dametto também falou sobre a questão. Na ocasião, ela comentou que algumas músicas do álbum "Downfall of Mankind" têm letras "puramente feministas, falando dos problemas que muitas mulheres ainda vivem em nossa sociedade".
"Além de sermos mulheres tocando e representando nesse meio, ainda estamos abrindo espaço para que, com a nossa música, se discutam ainda mais essas questões que nos envolvem. Acredito que, sim, o metal ainda está atrasado nesse assunto. Recebemos muitos comentários machistas em cada vídeo novo que lançamos, comentando sobre a nossa aparência a todo momento, como se tivéssemos a obrigação de parecermos bonitas, mesmo que nossa única obrigação seja com a música. Esperamos um dia sermos julgadas apenas pela música e pelo trabalho, como qualquer outra banda de homem", afirmou, na época.
Fonte:G1
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