Em uma entrevista para o jornal Folha de S. Paulo, Yorke comentou sobre a distopia sempre ser um combustível de suas obras, mas que desta vez, enxergou algumas mudanças.
"Não diria que o disco é político. Mas há muita ansiedade nele e isso nasce da rotina. Entramos no metrô, no ônibus, ficamos presos no trânsito, vamos trabalhar sem saber se estaremos empregados na semana que vem. Não há segurança para a maioria de nós. Já era. E isso produz um profundo senso de ansiedade", revela.
"Não sei das particularidades do Brasil agora. Mas a maior parte desses caras chamados líderes da direita são palhaços. Em algum momento, as pessoas que os puseram lá vão dizer chega. O método deles vai parar de funcionar quando as promessas que fizeram se revelarem a merda que de fato são", acrescenta Yorke.
Além disso, o artista falou sobre a excitação de estar lançando o seu terceiro projeto solo já que Anima surgiu após um bloqueio criativo de dois anos do cantor.
Quando chamado para participar da criação da trilha sonora do remake do clássico Suspiria, do cineasta Dario Argento, Yorke revela ter sido um ''reset'' em seu processo de criação.
"Eu precisava de uma outra desculpa para fazer música, para explorar meu estúdio, pensar fora da estrutura das canções. Johnny [Greenwood, guitarrista do Radiohead e compositor experiente de trilhas de filmes] está acostumado com isso. Eu não. Fazer uma trilha de terror foi perfeito", revela.
O músico retorna aos palcos a partir do dia 4 de julho com uma apresentação em Montreux, na Suíça, e ressaltou a vontade de vir à América do Sul. "Quero muito ir novamente. Tive momentos ótimos com o Radiohead por lá".
Yorke confirma que está preparando uma celebração em torno do disco Kid A, que registra 20 anos em 2020.
Fonte:Revista Rolling Stone
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