quarta-feira, 3 de agosto de 2016
Apokathilosis: “a tecnologia por si só é estéril e deve ser usada sempre com moderação”
O irlando-brasileiro APOKATHILOSIS lançou recentemente seu primeiro álbum, ‘Where Angels Fear to Tread’, e vem recebendo muitos elogios pelo seu Black Metal focado principalmente no que havia de melhor no estilo nos anos 90.
Mas junto com a admiração, veio também a curiosidade, afinal de contas, o disco foi composto e gravado por apenas duas pessoas. Conta um pouco mais de como foram essas gravações o músico Felipe Roquini, responsável pela gravação do vocal, guitarra, baixo, bateria e Synths. Isso mesmo.
“O processo de gravação foi bem gradual. Uma vez que os arranjos e riffs estavam prontos, gravei as guitarras, baixo e bateria primeiro, num intervalo de um ou dois meses. Com a “base” das músicas pronta, o foco foram as letras, vocais e por último os teclados.
Trabalhar nesse projeto foi um desafio interessante, pois tive tempo suficiente pra trabalhar sem prazos definidos, o que permitiu mais liberdade pra experimentar. A mixagem e masterização foram também feitas por mim no meu home-studio.
Fiquei surpreso que algumas pessoas não perceberam certos erros e imprecisões na performance dos instrumentos, em particular na bateria. Eu fiz questão de deixar o processo bem fluído, o mais natural possível pois essas imprecisões dão o aspecto mais realista e humanizado na arte. Afinal, a tecnologia por si só é estéril; deve ser usada sempre com moderação.”
‘Where Angels Fear To Tread’ foi lançado no final do ano passado de forma independente. Para ouvir e especialmente comprar, visite:
http://apokathilosis.bandcamp.com/releases
O APOKATHILOSIS, formado em 2013, é inspirado especialmente no Black Metal Grego dos anos 90 e vem trazendo um sopro de energia ao Metal Negro, sempre dentro de seu objetivo: apresentar conceitos gnósticos e filosóficos aliados à formas sonoras de pura animosidade e fúria, em sintonia com a mais perfeita natureza humana de oposição e resistência.
Musicalmente o duo se foca em explorar o mais tradicional do estilo com riffs gélidos e cortantes, um trabalho pesado de baixo e uma bateria espancada à exaustão num ritmo quase hipnótico. Os vocais lacerados trazem uma camada adicional de raiva aos sons, transitando entre os gritos furiosos e sussurros melancólicos.
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